segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sonho

Eu fecho os olhos e tudo o que eu quero é descansar,desligar-me desse mundo e ligar-me ao breu, ao mais completo e silencioso breu. Não vou conseguir, embora o lado otimista do meu ser tenta inutilmente convencer-me que sim.                   As pálpebras pesam, ajeito-me no colchão de molas, o que vem em seguida eu já sei de cor, há 17 anos. Um castelo ergue-se imponente na beira de um penhasco, as ondas frias batem no paredão de pedras metros abaixo e a brisa do oceano toca minha face com o seu frescor.castelo_no_penhasco É quase noite e a torre é iluminada fracamente por um lampião à óleo. A paz é abalada por gritos e choro. Um homem esguio de longos e sebosos cabelos negros e a face coberta por uma máscara que não lhe escondia a cicatriz acima da sobrancelha direita adentra o aposento empurrando impacientemente uma mulher que carregava um bebê enrolado em um manto escarlate com uma coroa dourada bordada em relevo.Há uma discussão, mas não consigo ouvir as palavras. Em seguida o homem arranca a criança do colo da mulher e atira-a pela janela sem que haja tempo para protestos. Em seguida sou sugado para a beira do penhasco. A mulher que outrora carregava o bebê agora preparava-se para tirar a própria vida. penhasco Tento impedir, mas ela não me vê. Os sons que seguem o ato inundam meus tímpanos e eu acordo em minha cama com o corpo ensopado de suor.  O rádio-relógio tocou às 06:15, lembrando-me do outro pesadelo: o ensino médio. Preparei meu uniforme e entrei na ducha gelada. Era uma espécie de ritual diário. Meu coração ainda estava disparado e os sons que havia ouvido ecoavam em minha mente.                                                        Desmaiei. Era a terceira vez essa semana.

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